Portuguese Meeting on Computer Graphics 2003 (CGME 2003)
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Item Sobre a verticalização dos cursos de Mestrado: O caso do Mestrado em Computação Gráfica e Ambientes Virtuais da Universidade do Minho(The Eurographics Association, 2023) Martins, Fernando Mário; Marcos, Adérito Fernandes; Joaquim Madeira; António Augusto de SousaPretende-se neste artigo de posição apresentar para discussão um conjunto de factos e de reflexões que conduziram à criação do primeiro mestrado em Computação Gráfica e Ambientes Virtuais do país, à luz de três eixos principais de análise: oportunidade, necessidade e inovação. Procura-se, por um lado, justificar a oportunidade deste tipo de mestrados verticais, não apenas tendo em atenção o actual contexto de insucesso e falta de procura dos tradicionais cursos de mestrado horizontais, ou seja, abrangentes mas pouco profundos, mas fundamentalmente tendo em atenção um contexto em que a formação específica pós-graduada tem tido sucesso e em que a convenção de Bolonha e seus pressupostos poderão (ou não) obrigar a reformular completamente a estrutura e os objectivos do ensino superior no país, possibilitando o relançamento de projectos que, no contexto actual, seriam de difícil criação difícil por dificuldades de articulação com o restante corpo de ensino e, portanto, garantidamente com reduzida procura. Por outro lado, procura-se enquadrar tal tipo de formação no contexto geral do país e da Europa, onde a formação genérica ou generalista parece cada vez mais ser pouco aliciante para empregadores, e onde a procura de técnicos especialistas em certas áreas, mas com uma formação que permita e garanta uma fácil adaptação às evoluções tecnológicas, é cada vez mais uma necessidade. Esta formação de alto nível tecnológico e de especialização rápida mas sólida, é incompatível com períodos longos de ensino, mas terá que se basear e articular com a formação para graduação, seja esta de 4 ou 5 anos, para que possa ter sucesso. Finalmente, acredita-se que esta será igualmente uma oportunidade, a encontrar de várias formas possíveis, para que massa crítica dispersa por diferentes escolas ou departamentos da mesma instituição, com percursos diferentes mas com interesses compatíveis e complementares em áreas específicas, possam finalmente encontrar contextos de colaboração com vista à sua própria evolução. Assim, estes cursos de formação verticais poderão ser motores para a inovação curricular em áreas e disciplinas onde até então pouca teria sido a razão e a motivação para inovar e desenvolve, inovação centrada nas reais necessidades do país e do mercado. O Mestrado em Computação Gráfica e Ambientes Virtuais da Universidade do Minho nasceu e vai funcionar tendo por pano de fundo este espectro e respectivas expectativas. Pretende-se nesta apresentação partilhar e discutir o contexto e as premissas de tal criação, quer com o objectivo de o consolidar quer com o objectivo de analisar eventuais projectos alternativos ou complementares na área em questão: a Computação Gráfica. Para além de todo o enquadramento da sua criação, apresentam-se ainda algumas ideias que conduziram ao desenvolvimento de um plano curricular e de uma estruturação do curso que se crê serem inovadores.